sexta-feira, 21 de março de 2008

Desmatamento ameaça planos de Maggi para 2010


Por César Felício/De Cuiabá
Jornal Valor Econômico, 04 de março de 2008


Apesar dos dados do Inpe(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) serem considerados impróprios, inclusive pelos ambientalistas, e necessitarem de uma revisão por outro sistema, chamado de PRODES, do Ministério do Meio Ambiente, o mesmo identificou, este ano, um aumento significativo no desmatamento no Estado do Mato Grosso.
O atual governador, Blairo Maggi, que quando eleito em 2002 pregava o desmatamento a qualquer custo, tendo inclusive seu secretário do Meio Ambiente preso pela "Operação Curupira" da Polícia Federal de combate ao desmatamento e intitulado por revistas internacionais como a "personificação da depravação ecológica", reviu sua posição, pressionado pelo mercado internacional de soja e de olho em sua imagem política e agora prega um discurso preservacionista, aproxima-se de ONGs ligadas ao Meio Ambiente e distribui responsabilidades:
diz que precisa da presença do Exército em municípios distantes, põe a culpa na pecuária e cita que o número de frigoríficos aumentos nos últimos anos.

A matéria converge com outras sobre mesmo tema, onde afirma que o plantio de soja e a pecuária são a principal causa do desmatamento ocorrido no Estado do Mato Grossso. O autor foi um pouco partidário com o governador, tendo em vista que destaca uma suposta "redenção" do mesmo, dando ênfase maior ao desmatamento causado pela pecuária e, com isso, poupando os plantadores de soja, aréa na qual a família de Maggi se destaca.Porém, supondo que a pecuária seja a grande vilã pelo desmatamento, não caberia ao Estado rever a concessão/permissão de instalação e funcionamento de frigoríficos no Estado?A questão ambiental é tema central e preocupante nos notíciários de hoje e um Governador de Estado jamais poderia se furtar sobre o assunto, independentemente de pretenções políticas ou de pressões de setores da economia.


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